Memórias II

Olha nós nesta foto…é a festa de anos da minha irmã…foi aqui que eu te conheci…há dez anos atrás nunca pensei que xegasses a entrar no meu coração… Eras uma criança e eu também...aliás, se não o fossemos não estaríamos a segurar uma palhinha com a boca com o ar sério de quem se quer destacar entre as pessoas que estavam a ser fotografadas…

Mesmo fixes esses tempos em que não se sabia nada do mundo mas tendo no entanto já a noção do que era um amigo…dizem que não há nada como os amigos de infância…só é pena quando certos amigos passam a ser mais do que simples amigos…

A forma abrupta como as fronteiras entre a amizade e o amor se diluem perante as
pessoas é daquelas coisas que me faz perguntar porquê… Porque é que haveríamos de querer abdicar de algo tão puro que é esta amizade em troca de algo que é…simplesmente belo e efémero…e que simplesmente acaba por fazer desaparecer a confiança recíproca e inabalável que tínhamos?...

Porquê? porque as coisas por vezes são injustas…porque, existem outras barreiras! Porque é que é tão difícil ser-se sempre e incondicionalmente fiel!

E daí talvez o senhor daquela aldeia que eu conheci tenha razão…Ele diz que o AMOR não existe! E eu ri-me na cara dele: “claro que existe…eu nasci por amor…”

O amor é um dinossauro extinto…é…extinguiu-se há muitos milhões de anos e por isso os humanos nunca tiveram contacto com ele…Ou então é apenas uma lenda perpetuada através dos tempos como a de D.Pedro e D.Inês… Bem que eu gostava de saber quem teve tamanha cabeça para inventar “o amor”…


P.S. mais um texto da minha kerida amiga Taty...simplesmente comovente...lindo...sem palavras........